Tarifaço: o que está em jogo diante das sanções americanas - Resenha crítica - 12min Originals
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Tarifaço: o que está em jogo diante das sanções americanas - resenha crítica

Tarifaço: o que está em jogo diante das sanções americanas Resenha crítica Inicie seu teste gratuito
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Este microbook é uma resenha crítica da obra: Tarifaço: o que está em jogo diante das sanções americanas

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ISBN: 

Editora: 12min

Resenha crítica

Em julho de 2025, os Estados Unidos — sob nova gestão de Donald Trump — anunciaram tarifas de 50% contra produtos brasileiros. O motivo alegado foi técnico, mas a mensagem era política: retaliação ao julgamento de Jair Bolsonaro no STF, considerado por Trump uma ameaça a seus aliados. Junto à medida, os Estados Unidos também iniciaram uma investigação contra o Pix, sistema de pagamentos brasileiro, alegando prejuízo às empresas americanas. O governo Lula reagiu com uma carta diplomática que ficou sem resposta, e lançou uma campanha pública em defesa da soberania nacional.

Este microbook não trata apenas de uma disputa comercial. Ele analisa o que acontece quando uma potência tenta interferir nas decisões internas de outra nação — e como isso revela fragilidades, alianças e estratégias. Mostra o que está em jogo para o Brasil: não só exportações, mas a autoridade sobre seu sistema jurídico, seus modelos de inovação e sua posição no mundo.

Vamos entender os bastidores dessa crise, os limites do poder dos Estados Unidos, os erros e acertos do governo brasileiro, e o que tudo isso revela sobre a maturidade institucional do país. Um guia direto para quem quer entender soberania não como discurso político — mas como prática concreta no século XXI.

Linha do tempo: como o confronto começou e se agravou

O estopim da crise veio no dia 10 de julho de 2025, quando o governo dos Estados Unidos, sob Donald Trump, anunciou tarifas de 50% sobre produtos brasileiros como cobre, aço e alimentos processados. A justificativa pública foi a de “práticas comerciais desleais”, mas o comunicado oficial incluía uma crítica velada ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro — aliado político de Trump — pelo Supremo Tribunal Federal. O gesto foi interpretado no Brasil como interferência direta em um processo judicial interno.

No mesmo dia, o presidente Lula reagiu: declarou que o Brasil “não aceita chantagem” e que “quem governa o país são os brasileiros, não Washington”. A fala foi acompanhada de um movimento estratégico: o envio de uma carta diplomática oficial à Casa Branca, solicitando diálogo e revisão das tarifas. Até agora, os Estados Unidos não responderam.

Nos dias seguintes, a situação escalou. O governo brasileiro lançou uma campanha pública com o slogan “Brasil Soberano”, exibida em rede nacional e nas redes sociais. O vídeo usava a frase “aqui quem manda é a gente”, em tom claro de confronto político e simbólico. Paralelamente, o Itamaraty iniciou articulações com a União Europeia, China e países sul-americanos para reforçar apoio internacional.

Em menos de uma semana, o conflito deixou de ser uma questão comercial e se tornou um teste de autonomia institucional do Brasil frente à maior potência do mundo. Não se trata apenas de tarifas — mas de até onde os Estados Unidos podem pressionar antes de enfrentar resistência nacional.

Como o mundo reagiu: o Brasil em busca de aliados

A resposta internacional à ofensiva dos Estados Unidos contra o Brasil foi observadora, mas estratégica. Embora nenhuma grande potência tenha declarado apoio explícito ao governo Lula, vários movimentos diplomáticos começaram a se articular nos bastidores. O Itamaraty intensificou contatos com países da América do Sul, China e União Europeia para reforçar sua posição multilateral e reduzir a dependência de Washington.

Na América do Sul, o Brasil retomou sua liderança política natural. Presidentes de Argentina, Colômbia e Bolívia manifestaram solidariedade pública à “autonomia institucional brasileira”. Na prática, isso não muda tarifas, mas aumenta o custo político para os Estados Unidos de manter uma retaliação unilateral contra um país que se apresenta como voz do Sul Global.

Com a China, a diplomacia foi ainda mais calculada. Pequim sinalizou interesse em expandir importações de produtos afetados pelas tarifas americanas — especialmente cobre e soja — e reforçou sua visão de um sistema global multipolar. O gesto é pragmático: enfraquecer o dólar e criar novas alianças comerciais ao redor de tecnologias nacionais, como o Pix.

Já a União Europeia, apesar de cautelosa, também criticou as tarifas de Trump como “ações comerciais sem base legal clara”. Membros do Parlamento Europeu sugeriram incluir o Brasil em acordos comerciais prioritários, caso a crise se intensifique.

Diante da ausência de diálogo com os Estados Unidos, o Brasil apostou na diplomacia de coalizão. A estratégia é simples: mostrar que, mesmo sem capacidade militar, o país pode resistir à pressão internacional quando age com articulação e respaldo simbólico.

Pontos de vista: o que realmente está sendo disputado

Apesar de apresentadas como medidas comerciais, as ações dos Estados Unidos contra o Brasil expõem uma disputa de fundo mais complexa: quem pode tomar decisões soberanas sem sofrer consequências externas. Ao vincular tarifas à condução de processos judiciais no Brasil — como o julgamento de Bolsonaro — Trump ultrapassou o campo econômico e entrou diretamente na política doméstica brasileira.

Para os Estados Unidos, o argumento é o de sempre: proteger empresas americanas e aliados políticos estratégicos. Trump afirma que decisões do governo Lula estariam prejudicando a confiança dos investidores e perseguindo figuras simpáticas à Casa Branca. O uso da Seção 301 do Trade Act como instrumento de retaliação reforça essa lógica: qualquer ação que afete interesses econômicos ou políticos dos Estados Unidos pode ser tratada como "prática hostil".

Do lado brasileiro, a visão é oposta. O governo entende que a reação americana representa uma tentativa de controle externo sobre decisões internas legítimas. Julgar um ex-presidente por ataques à democracia não é pauta comercial. E criar um sistema de pagamentos nacional como o Pix não pode ser interpretado como ameaça ao mercado global.

Analistas apontam que essa disputa, no fundo, não é só Brasil vs Estados Unidos, mas Estado vs Big Tech, Sul Global vs Norte Global, autonomia regulatória vs hegemonia financeira. O Brasil tornou-se, momentaneamente, o palco de um impasse global: até onde uma nação pode construir seus próprios sistemas — jurídicos, financeiros, tecnológicos — sem sofrer sanções ou isolamento?

O que muda na nossa vida: impactos internos da crise de soberania

Quando um país como os Estados Unidos pressiona o Brasil com tarifas, investigações e silêncio diplomático, o impacto não se restringe ao noticiário político ou às reuniões de cúpula. Há efeitos reais e cotidianos que atingem a população — direta ou indiretamente.

Do ponto de vista econômico, os setores mais afetados são os de exportação: agronegócio, mineração, alimentos processados e manufaturas que dependem de acesso ao mercado americano. Tarifas de 50% encarecem os produtos brasileiros nos Estados Unidos, o que reduz competitividade, compromete contratos e pressiona a cadeia produtiva. Isso pode levar à perda de empregos, redução de investimentos e queda de arrecadação em algumas regiões.

Mas há também impactos simbólicos e institucionais. A tentativa de condicionar decisões do Supremo Tribunal Federal a interesses de outro país levanta um alerta: até onde vai a autonomia do Estado brasileiro? Para parte da população, o episódio reforça a importância de defender as instituições nacionais. Para outra, reacende o debate sobre dependência econômica e influência externa nas decisões políticas internas.

Há ainda um efeito psicológico coletivo: quando um governo estrangeiro tenta ditar o que pode ou não ser feito dentro do país, a ideia de soberania deixa de ser um conceito abstrato e passa a ser sentida na pele — nos preços, no consumo, nas relações de trabalho e até no voto.

Em resumo, a crise atual mostra que geopolítica não é algo distante. Ela está embutida no seu imposto, na sua carteira e na sua liberdade de decidir os rumos do país onde vive.

Quem manda no Brasil: os limites do poder externo

A crise atual reacende uma pergunta antiga: quem, de fato, manda no Brasil? Essa pergunta não é apenas retórica — ela atravessa nossa história, desde o pacto colonial até os acordos de dependência financeira do século XX. A diferença agora é que o confronto é público, direto, e coloca em jogo instituições que deveriam ser inquestionáveis: o Supremo Tribunal Federal, o Banco Central, a política comercial externa.

Donald Trump tenta aplicar contra o Brasil a mesma lógica que usou contra a China: tarifas como arma de barganha. Mas há um limite. O Brasil não é um protetorado, tem Judiciário independente, base industrial própria, e integra coalizões multilaterais como os BRICS e o G20. Isso dá ao país capacidade de resposta — institucional, econômica e simbólica.

Historicamente, os Estados Unidos já intervieram de forma direta ou indireta na América Latina por meio de sanções, apoio a golpes ou manipulação diplomática. Mas o Brasil pós-1988 possui uma estrutura constitucional mais resiliente, com mecanismos que dificultam interferência direta em decisões judiciais ou eleitorais.

O governo Lula tenta transformar esse momento em um marco de afirmação nacional. Ao recusar o recuo no julgamento de Bolsonaro e reafirmar o controle soberano sobre o Pix, o Planalto envia uma mensagem clara: decisões internas não estão à venda, mesmo sob ameaça econômica.

Isso não significa isolamento. Significa que o país está tentando, talvez pela primeira vez em décadas, dizer com clareza: aqui, quem decide é o Brasil — com seus próprios erros, mas também com autonomia.

O que o Brasil pode fazer agora: caminhos possíveis para resistir

Diante da pressão dos Estados Unidos, o Brasil tem três caminhos principais: ceder, confrontar ou reposicionar. O governo Lula, até agora, tem apostado no terceiro — resistir sem romper, mantendo o foco em soberania com articulação internacional.

O primeiro passo é diversificar parcerias comerciais. Em vez de depender da demanda americana, o Brasil pode ampliar exportações para Ásia, África e América do Sul. A China já sinalizou interesse em aumentar a compra de produtos afetados pelas tarifas de Trump. A Índia e o Sudeste Asiático também são mercados em crescimento, abertos a acordos bilaterais. Essa movimentação reduz o peso estratégico dos Estados Unidos sobre o Brasil.

Outro eixo é reforçar alianças institucionais multilaterais. O país já participa dos BRICS e do G20, e pode usar esses espaços para defender modelos de desenvolvimento menos subordinados ao Ocidente. A agenda brasileira de transição energética, inclusão financeira (via Pix) e justiça climática encontra respaldo crescente nesses fóruns.

Internamente, é preciso blindar as instituições contra interferência externa. Isso significa garantir a autonomia do STF, proteger o Banco Central de pressões comerciais estrangeiras e reforçar o papel do Congresso na política externa. A soberania não se defende só com discurso — se defende com estrutura.

Por fim, o Brasil pode usar essa crise como ponto de virada: fortalecer sua imagem global como país com voz própria, capaz de inovar, negociar e resistir. Ser “soberano” não significa estar sozinho — significa ser respeitado. E isso só se conquista com coerência, consistência e coragem.

O que está em jogo: o futuro da soberania em um mundo polarizado

A crise entre Brasil e Estados Unidos revela algo maior do que uma disputa bilateral: ela evidencia uma mudança estrutural nas relações internacionais. Estamos entrando em uma nova era de multipolaridade assimétrica, onde grandes potências disputam influência não só por território ou recursos, mas por modelos de organização política, econômica e tecnológica. Nesse cenário, a soberania nacional deixa de ser um conceito abstrato e passa a ser campo de disputa prática.

De um lado, os Estados Unidos e a União Europeia defendem um sistema global regulado por instituições que historicamente controlam. De outro, China, Índia, Rússia e o chamado Sul Global constroem alternativas — sistemas de pagamentos próprios, alianças paralelas e produção tecnológica descentralizada. O Brasil, situado entre esses dois polos, é forçado a tomar posição: continuar como país periférico que adere ao modelo dominante, ou se afirmar como um ator autônomo, mesmo que com custos e fricções.

A soberania, hoje, envolve mais do que manter fronteiras. Envolve controlar seus dados, suas decisões judiciais, seus fluxos financeiros e sua capacidade de inovar sem depender de autorização externa. Quando Trump tenta barrar o Pix ou interferir em julgamentos internos, não está apenas negociando: está testando os limites do Brasil como nação independente.

O que está em jogo, portanto, não é só o presente. É o tipo de país que o Brasil quer ser no futuro. Submisso e previsível? Ou soberano, mesmo que incômodo? Essa resposta não cabe só ao governo — ela será construída (ou não) por todos nós.

A crise entre Brasil e Estados Unidos em 2025 é mais do que um episódio diplomático. É um convite à reflexão sobre autonomia, poder e responsabilidade. Entender o que está em jogo — e como esse tipo de disputa afeta diretamente a política, a economia e o cotidiano — exige repertório. E é exatamente isso que o 12min pode te oferecer. Siga acompanhando o Radar e mantenha-se informado nessa trama.

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